Posicionamento da SBB sobre a nova lei da mordaça (PL 2630/20)

Bibliotecas e arquivos foram as primeiras fontes de informação para o processo civilizatório e para o desenvolvimento do pensamento científico, humanístico e cultural. Elas foram e continuam sendo fundamentais para o progresso humano. Na história da humanidade, muitas bibliotecas foram destruídas por vários motivos, dentre os quais, calar a boca de bibliotecários, bibliógrafos e da sociedade, impondo, no fim das contas, censura pré e pós coordenada. Peter Lor (2008), especialista em Biblioteconomia Internacional e comparada e na história das bibliotecas, defende que uma das maiores ameaças ao avanço do conhecimento e do progresso das bibliotecas é a censura imposta pelo Estado. A literatura científica aponta uma série desses casos e, junto a ela, há outra rica literatura sobre trabalhos que defendem a liberdade de expressão. É nesse debate científico que a SBB confere o direito de liberdade de expressão, cabendo às devidas ações conforme a legislação civil e penal em suas devidas providências às instituições de Direito executar os procedimentos legais quando as normas de ética, moral e das leis forem descumpridas. Nesse sentido, a SBB se posiciona CONTRA a PL 2630/20 por entender que a sociedade pode ter perdas imensas decorrentes de censuras que podem vir a acometer o direito ao livre pensamento, base fundamental para a pesquisa, arte, cultura e ciência, direito essencialmente humanista, base da profissão do bibliotecário no Brasil e em qualquer Estado democrático.
Abaixo, deixamos algumas referências:

ARENDT, Hannah. Homens em tempos sombrios. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
______. As origens do totalitarismo. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
______. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2007.
BOBBIO, Norberto. Liberalismo e democracia. São Paulo: Edipro, 2017.
BOUDREAUX, Donald J. Menos Estado e mais liberdade: o essencial do pensamento de F. A. Hayek. Barueri: Faro Editorial, 2017.
BURKE, Edmund. Reflexões sobre a revolução na França. São Paulo: Edipro, 2016.
CHÂTELET, François (Org.). Histoire des ideologies: savoir et pouvir du XVIIIe au XXe siècle. Paris: Hachette, 1978.
DARNTON, Robert. Censores em ação: como os Estados influenciaram a literatura. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.
FRIEDMAN, Milton; FRIEDMAN, Rose. Livre para escolher. Rio de Janeiro: Record, 2016.
HABERMAS, Jürgen. Mudança estrutural da esfera pública. São Paulo: UNESP, 2014.
JEDLOWSKI, Paolo. Memória e a mídia: uma perspectiva sociológica. In: SÁ, Celso Pereira de (Org.). Memória, imaginário e representações sociais. Rio de Janeiro: Ed. Museu da República, 2005.
LEVITSKY, Steven; ZIBLATT, Daniel. Como as democracias morrem. Rio de Janeiro: Zahar, 2018.
LIICEANU, Gabriel. Da mentira. São Paulo: Vide Editorial, 2014.
LIPPMANN, Walter. Opinião pública. Rio de Janeiro: Vozes, 2008.
MALINOWSKI, Bronislaw. Freedom and civilization. Nova York: Roy Publishers, 1994.
MENEZES, Djacir. Idéias contra ideologias: a revolução silenciosa nas universidades e a ramificação de suas teses. Rio de Janeiro: UFRJ, 1971.
NOELLE-NEUMAN, Elisabeth. A espiral do silêncio: opinião pública: nosso tecido social. Florianópolis: Estudos Nacionais, 2017.
SAKHAROV, Andrei D. Meu país e o mundo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1975.
_____. Progresso, coexistência e liberdade intelectual. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1976.
TOCQUEVILLE, Alexis. O antigo regime e a revolução. São Paulo: Edipro, 2017.
TODOROV, Tzvetan. Los abusos de la memoria. Buenos Aires: Paidós, 2000.

Um comentário sobre “Posicionamento da SBB sobre a nova lei da mordaça (PL 2630/20)

Deixar mensagem para William Cancelar resposta